
Hoje desaprendi a palavra amor
Não me falem nunca mais na palavra amor
Nessa desexatidão de verdades e mentiras que nela deságuam
Mar onde me perdi
Onde naufraguei minha tripulação até o último marinheiro
Onde perdi minha sorte
Perdi meu norte
O que me dava leme eu perdi
Me agarro a este pedaço de madeira - papel boiando n’água
Escrevo como quem reza numa solidão de mar noturno
Onde as águas guardam seres que eu desconheço
E tudo é medo , tudo é escuro
É nesse pedacinho de madeira barata que me sobrou da proa
Onde me seguro para esse maremoto de memórias molhadas não me tragar
E então recorro ao Deus mudo, que me ouça
Que me dê a força que minha alma me nega
Sem cais Sem paz
Me esforço pra ter clareza, pra respirar
Mas no convés da garganta ainda trago preza essa palavra que não ouso pronunciar
(Poesia Gab Miglino, sketch Fernando Chuí)
Um comentário:
Ok, não fales mais de amor. Ama. E bastará para que a vida aconteça.
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