segunda-feira, 21 de julho de 2008

Fronteiras

Na rua, uma mãe exige aos berros a mão da filha, de no máximo quatro anos, à palmatória.

Ela faz isso com um galho áspero que encontra nos canteiro das árvores da calçada

Os gritos da criança parecem querer lutar em pé de igualdade com a histeria e a violência da mãe. Ela queria tirar a botinha.

Eu não tinha nada a ver com aquilo, e de nada sabia até que o volume do amor e do ódio daquela criança me chegasse.

Mas chegou.

Podia fazer pouco, assistindo tudo da sacada.

Resolvi então intervir à altura, me fazer ser ouvida como elas o fizeram.

O que é isso?

Isso é jeito de tratar uma criança?

A mulher seguia histérica me ignorando.

Sua Louca!

Loooooca!

[Eu sei, foi muito pouco gentil da minha parte]

Sem olhar pra trás ela pegou a criança no colo e seguiu retrucando baixinho, o mais depressa possível.

domingo, 20 de julho de 2008

Da janela, a casa mundo brilha o sol das 4 da tarde

Reflete toda a superfície cidade

Brilha vida sobre todo concreto

Do meu quarto casa eu calo diante da janela

Agradeço que entre eu e o mundo exista ela.